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FAMÍLIAS



CETONIIDAE LEACH, 1815

Início

Classificação. Linhagem considerada família por Morón (2010) e Vaz-de-Mello (2016), contém características próprias que a determina e tem sido confirmada como clado monofilético, irmão de Melolonthidae (Micó et al. 2008; Grebennikov & Scholtz 2004; Smith et al. 2006; Cherman & Morón 2014). Está dividida em quatro subfamílias: Cetoniinae, Trichiinae, Valginae e Osmodermatinae (Cherman & Morón 2014).

Diversidade. Cetoniidae inclui 4.000 espécies no Mundo e 300 correspondem ao Novo Mundo (Orozco 2012). Para o Brasil são registrados 22 gêneros e 75 espécies das subfamílias Cetoniinae e Trichiinae (Vaz-de-Mello 2016).

Biologia. A biologia de Cetoniidae é bastante variável, algumas espécies completam o ciclo em poucos meses, enquanto outras requerem mais de um ano (Kumbhar et al. 2012). A maioria dos Cetoniidae adultos apresenta hábitos diurnos, alimentando-se de néctar, pólen, exsudados de plantas e frutos maduros (Krikken, 1984). Adultos de algumas espécies de Cetoniidae são relatados como pragas agrícolas, hortícolas, ornamentais e polinizadores em muitas partes do mundo (Molina, 2001; Vuts et al., 2008; Aydin, 2011; Subchev et al., 2011). As larvas podem ser encontradas no solo, em matéria orgânica, bolos fecais secos, troncos de árvores em decomposição (Orozco & Pardo-Locarno, 2004), no tecido de Bromeliaceae (Krell et al., 2002) e em associação com ninhos de formigas e cupins (Puker et al., 2012).

Reconhecimento. Comprimento entre 6-140 mm. Coloridos com brilho metálico, mas também texturas de veludo e traços coloridos que geram padrões (Kumbhar et al., 2012). Clípeo cobrindo labro e mandíbulas, seis esternitos abdominais visíveis, antenas formadas por 10 artículos cujas inserções são visíveis de cima e uma acentuada marginalização pós-umeral que possibilita um voo rápido e sonoro com os élitros fechados (Cherman & Morón, 2014). Elitros com emarginação pós-umeral distinta que deixa exposto o mesepímero na base do élitro (Cetoniinae) ou sem emarginação pós-umeral (Trichiinae, Valginae, Osmodermatinae) (Ratcliffe 2002).

Chaves de identificação. Casey 1915; Goodrich 1966; Howden 1968, 1971; Krikken 1984 (subtribos); Hardy 1988; Harpootlian 2001; Ratcliffe 2002.

Referências



GEOTRUPIDAE LATREILLE, 1802

Início

Classificação. A família Geotrupidae está dividida em três subfamílias: Taurocerastinae; Bolboceratinae e Geotrupinae (Bouchard et al. 2011). Alguns autores também consideram Lethrinae (Jameson 2002).

Diversidade. É considerada cosmopolita e inclui 68 gêneros e 620 espécies. A maior parte da sua diversidade está concentrada no hemisfério sul, sendo Austrália o território mais rico (Scholtz and Browne 1996). Na Austrália, África e América do Sul) Bolboceratinae (incluindo Bolboceratini e Athyreini) é a subfamília melhor representada. Para o Brasil são registrados 6 gêneros e 65 espécies, todos pertencentes a Bolboceratinae (Vaz-de-Mello 2016).

Biologia. Os adultos apresentam fototropia positiva, comumente atraídos pela luz noturna. A alimentação varia de coprófagos e saprófagos a micófagos (Jameson, 2002). Os adultos vivem a maior parte do ciclo enterrados em túneis que cavam no solo com profundidade de 15 a 300 cm. Existem poucos estudos em relação ao comportamento, especialmente dos Bolboceratinae (Howden 1955; Woodruff 1973).

Reconhecimento. Comprimento entre 5-45 mm; Coloração alaranjada, avermelhada marrom ou preta, com ou sem reflexos metálicos. Corpo oval, antena composta de 11 antenômeros com clava formada pelos três últimos. A maioria das espécies apresentam o antenômero basal da clava escavado, abrigando os outros dois, similar a Hybosoridae. Clípeo comumente com tubérculo, pronoto convexo com base mais larga ou subigual à base dos élitros, comumente com tubérculos, sulcos ou chifres; metatíbia com dois esporões (Scholtz and Browne 1996).

Chaves de identificação. Howden 1955; Olson et al. 1954; Howden 1964; Jameson 2002.

Referências



GLARESIDAE KOLBE, 1905

Início

Classificação. A família possui apenas o gênero Glaresis Erichson, 1848.

Diversidade. As 50 espécies de Glaresis se distribuem em todos os continentes exceto Austrália (Jameson 2002). No Brasil ocorre apenas uma espécie: Glaresis pardoalcaidei Martínez, Pereira & Vulcano, 1961 (Vaz-de-Mello 2016).

Biologia. Os adultos são encontrados em áreas secas e arenosas e são atraídos pela luz. Muito pouco se conhece em relação a história natural e comportamento. Scholtz et al. (1987) mencionou a hipótese de que as espécies de Glaresis se alimentam de fungos subterrâneos, baseado no formato da lacínia.

Reconhecimento. Comprimento entre 2.5-6.0 mm; Coloração bronze a marrom escuro, dorsalmente coberto por cerdas curtas. Corpo oblongo-oval, convexo. Antena composta de 10 antenômeros com uma clava formada pelos três últimos. A maioria das espécies apresentam o antenômero basal da clava escavado, abrigando os outros dois, similar a Hybosoridae. Labro um pouco projetado por baixo do clípeo. Élitros com 10 costas distintas, metafemur e metatíbia alargados que cobrem o abdome em posição retraída, cinco ventritos abdominais (Cooper 1983).

Referências



Hybosoridae Erichson, 1847

Início

Classificação. A família Hybosoridae está inserida na superfamília Scarabaeoidea (série Scarabaeiformia) e está dividida em cinco subfamílias: Anaidinae, Ceratocanthinae, Hybosorinae, Liparochrinae e Pachyplectrinae (Ocampo & Ballerio, 2006).

Diversidade. É considerada uma família cosmopolita, mas a maior parte da sua diversidade está concentrada na região Neotropical (Ocampo, 2006a). Possui aproximadamente 607 espécies descritas, incluídas em 72 gêneros (Ocampo & Ballerio, 2006; Balerio & Grebennikov, 2016). Para o Brasil são registrados 20 gêneros e 86 espécies (Ocampo & Ballerio, 2006).

Biologia. A biologia de Hybosoridae é pouco conhecida. Os adultos apresentam fototropia positiva e se alimentam de carcaça, fezes, fungos e madeira em decomposição, algumas espécies apresentam associação com ninhos de formigas e cumpim (Jameson, 2002; Casari & Ide, 2012; Ocampo 2006a; Orozco & Pérez, 2008). Sabe-se ainda que o hábito necrófago está associado aos estágios iniciais de decomposição (Jameson, 2002).

Reconhecimento. Comprimento entre 3-7 mm; Coloração marrom ou preta (na maioria das espécies). Antena composta de 9-10 antenomeros com uma clava formada pelos três últimos. A maioria das espécies (excluindo as pertencentes a Ceratocanthinae) apresentam o antenomero basal da clava escavado, abrigando os outros dois (Ocampo, 2006a).

Chaves de identificação. Apenas a subfamília Anaidinae possui chave de identificação para gêneros e espécies (Ocampo, 2006b).

Referências



LUCANIDAE LATREILLE, 1804

Início

Classificação. A família Lucanidae está dividida em quatro subfamílias: Aesalinae, Lampriminae, Syndesinae e Lucaninae (Bouchard et al. 2011).

Diversidade. É considerada uma família cosmopolita que inclui 1.500 espécies (Mizunuma and Nagai 1994), sendo a riqueza mais concentrada na Ásia do que em outros continentes. Para o Brasil são registrados 14 gêneros e 76 espécies, pertencentes à Lucaninae e Syndesinae (Vaz-de-Mello 2016).

Biologia. Os adultos são associados a madeira em decomposição em bosques de coníferas e florestas deciduais. Algumas espécies possuem fototropia positiva, atraídos pela luz noturna, alguns se alimentam da seiva que flui externamente do tronco das árvores. Os ovos são habitualmente colocados em fendas na casca dos troncos e a larva se alimenta da madeira em decomposição (Ratcliffe 1991).

Reconhecimento. Comprimento entre 8-60 mm; Coloração testácea, de marrom avermelhada a preto. Corpo achatado dorsoventralmente. Antena de 10 antenômeros com uma clava formada por 3 a 7 lamelas. Clípeo e labro fundidos à fronte, mandíbulas proeminentes principalmente nos machos, as quais podem ser curvas e longas; cinco ventritos (Didier & Seguy 1953).

Chaves de identificação. Benesh 1946; Howden & Lawrence 1974; Lüderwaldt 1935; Ratcliffe 1991; Ratcliffe 2002.

Referências



MELOLONTHIDAE LEACH, 1819

Início

Classificação. Segundo Cherman & Morón (2014) a família está dividida em seis subfamílias: Melolonthinae, Sericinae, Hopliinae, Euchirinae, Rutelinae, Dynastinae e Orphninae. Ainda existe falta de consenso no relacionamento filogenético destas linhagens e há evidencias de que seriam parafiléticas ou polifiléticas (Ahrens 2014). Por este motivo existem outras propostas de subfamílias, como Grossi & Vaz-de-Mello (2016) que propõem as subfamílias Aclopinae, e Hopliinae como tribos de Melolonthinae.

Diversidade. A família possui aproximadamente 17.000 espécies distribuídas em todas as regiões biogeográficas do mundo (Krajcik, 2012). Para o Brasil são registrados 155 gêneros e 1492 espécies, pertencentes às famílias Aclopinae, Dynastinae, Melolonthinae, Orphninae, Rutelinae e Sericinae (Grossi & Vaz-de-Mello 2016).

Biologia. Os melolontídeos adultos são comumente fototrópicos positivos e se alimentam de tecidos, secreções ou restos vegetais, podem auxiliar na polinização ou não se alimentar. As larvas são comumente fitosaprófagas, rizófagas ou xilófagas de material em diferentes etapas de decomposição (Endrödi 1966; Morón 1997). Dentre as espécies edafícolas que causam danos às plantas cultivadas destacam-se as larvas dos melolontídeos, popularmente conhecidas no Brasil por "corós" (Gallo et al. 2002). Estes insetos habitam a rizosfera do solo, compondo parte da macrofauna dos agroecossistemas. Todas as espécies apresentam características benéficas para a edafogênese e qualidade do solo, mediante abertura de galerias e na reciclagem de nutrientes (Cherman et al. 2013; Gassen 1999; Morón 1997).

Reconhecimento. Comprimento entre 4-180 mm; Coloração amarela a marrom avermelhada a preto; brilhante, opaca, cores metálicas, com ou sem pubescência. Antena de 8-10 antenômeros com uma clava formada por 3 a 7 lamelas; labro e mandíbulas parcialmente expostas ou ocultas por completo sob o clípeo. Labro parcialmente esclerotinizado, membranoso ou vestigial. Mandíbulas esclerotinizadas. Antenas de 8-10 artículos, três a sete formam a clava antenal plegável. Canthus ocular sem emarginação anteocular acentuada. Carena proepisternal ausente, incompleta ou difusa. Proepímero plano ou pouco côncavo. Mesepímero usualmente oculto sob o élitro. Abdome com seis esternitos visíveis e sete pares de orifícios respiratórios, três ou quatro na região pleural, dois ou três nos extremos esternais e um na região tergal. Placa pigidial completamente exposta ou coberta em parte pelos élitros. Genitália masculina bilobada ou fusionada (Morón, 1997). As três subfamílias mais importantes em termos de biodiversidade no mundo são:

Melolonthinae Leach, 1819: superfície cerdosa ou escamiforme, cores marron-avermelhadas ou pretas, peças bucais ocultas sob o clípeo; clava antenal com 3 a 7 lamelas, geralmente muito mais compridas nos machos e garras tarsais simples, dentadas, bífidas ou serradas, mas sempre iguais. É a subfamília mais diversa e abundante, composta por 11.000 espécies no mundo inteiro (Ratcliffe et al. 2002; Morón 2004) e 604 espécies ocorrem no Brasil (Vaz-de-Mello 2016).

Rutelinae MacLeay, 1819: brilhantes, com forma oval, labro um pouco projetado além da borda do clípeo, procoxas transversais e garras desiguais em formato e tamanho. A família é composta por 200 gêneros e 4.100 espécies no mundo inteiro (Ratcliffe et al. 2002; Morón 2004), das quais 433 ocorrem no Brasil (Grossi & Vaz-de-Mello 2016).

Dynastinae MacLeay, 1819: dimorfismo acentuado, com machos providos de protuberâncias ou prolongações em forma de chifres na cabeça e pronoto, e protarsos alargados (Exceto Phileurini e alguns Cyclocephalini e Pentodontini). A família é dividida em oito tribos com 2.300 espécies (Ratcliffe et al. 2002; Morón 2004), das quais 374 ocorrem no Brasil (Grossi & Vaz-de-Mello 2016).

Chaves de identificação. Macrodactylini: Katovich (2008); Pachydemini: Lacroix (2007); Rutelinae: Jameson (2000); Dynastinae: Endrodi 1985; Plectris, Liogenys: Frey (1967, 1969 respectivamente); Melolonthidae: Cherman & Grossi em construção.

Referências



OCHODAEIDAE MULSANT & REY, 1871

Início

Classificação. A família Ochodaeidae possui duas subfamílias: Ochodaeinae e Chaetocanthinae (Bouchard et al. 2011).

Diversidade. Ochodaeidae inclui atualmente 15 gêneros e aproximadamente 100 espécies no mundo (Paulsen & Ocampo 2012). Esta família é mais diversa em habitats áridos e arenosos, por este motivo são denominados os 'sand-loving scarab beetles' (Carlson 2002), no entanto, algumas espécies são encontradas em florestas (Paulsen & Ocampo 2012). Para o Brasil são registrados 2 gêneros (Ochodaeus e Parochodaeus) e 3 espécies, todos pertencentes a Ochodaeinae (Vaz-de-Mello 2016)

Biologia. Conhece-se muito pouco em relação à biologia, exceto que diversas espécies ocorrem em hábitats xéricos são noturnas e atraídas pela luz (Carlson 2002). Algumas espécies dificilmente vistas são diurnas e podem ser coletadas com rede ou em armadilhas pitfalls. A armadilha de intersecção de vôo é a melhor sucedida para estas espécies em habitats florestais (Paulsen & Ocampo 2012).

Reconhecimento. Comprimento entre 3-10 mm; Coloração amarelada, marrom, marrom avermelhada ou preta, às vezes bicolor. Distinguem-se de outros escarabeídeos pela presença de um esporão mesotibial pectinado ou crenulado e a ausência de um cantus ocular verdadeiro dividindo o olho (Scholtz et al. 1988). Esta última característica deve ser examinada com cuidado, uma vez que em várias espécies o primeiro antenômero se encontra dilatado e possui um lobo posterior que cobre uma porção do olho e muitas vezes é confundido com um "falso canthus" (Paulsen & Ocampo 2012).

Chaves de identificação. Carlson (2002); Paulsen & Ocampo (2012).

Referências



PASSALIDAE LEACH, 1815

Início

Classificação. A família Passalidae possui duas subfamílias: Aulacocyclinae e Passalinae (Bouchard et al. 2011).

Diversidade. Passalidae inclui 58 gêneros e 700 espécies predominantemente tropicais, menos espécies em regiões temperadas (Schuster 2002; Krajcik 2012). Para o Brasil são registrados 13 gêneros e 113 espécies de Passalinae (Vaz-de-Mello 2016).

Biologia. Os passalídeos são detritívoros, associados à madeira em decomposição, considerados como componentes importantes na decomposição de troncos caídos, onde encontram alimento e refúgio (Reyes-Castillo, 1970). Apresentam comportamento sub-social onde, nos troncos, mantêm sistemas de galerias nos quais são encontrados os adultos (parentais) com suas larvas, e pupas no tronco e às vezes na mesma rede de galerias (Reyes-Castillo & Halffter, 1984).

Reconhecimento. Comprimento entre 20-43 mm; Coloração preta, adultos tenerais podem ser marrons. O formato do corpo alongado e achatado dorsoventralmente e o do mento fortemente emarginado no ápice auxiliam na diferenciação da família em relação a outros Scarabaeoidea. Corpo achatado dorsoventralmente, lados paralelos, antena de 10 antenômeros com clava formada por 3 lamelas e élitros fortemente estriados (Schuster, 2002).

Chaves de identificação. Schuster & Cano (2005).

Referências



Scarabaeidae Latreille, 1802

Início

Diversidade. A família Scarabaeidae possui 27.800 espécies em nível mundial, distribuídos em 2.000 gêneros. Esse número corresponde a 91% dentro da superfamília Scarabaeoidea. Na região Neotropical, 4.706 espécies em 362 gêneros e, no Brasil, 1.777 espécies em 204 gêneros (Costa, 2000).

Biologia. Os coleópteros da família Scarabaeidae são extremamente importantes como decompositores, inimigos naturais de pragas coprobiontes e indicadores de biodiversidade. São detritívoros e utilizam principalmente fezes, carcaças e frutos em decomposição como recurso alimentar. Apresentam grande diversidade de espécies na faixa tropical. Os Scarabaeidae formam uma comunidade bem definida em termos taxonômicos e funcionais, e sua eficiência na remoção de excrementos, cadáveres e frutos decompostos coloca este grupo de insetos como componentes fundamentais na manutenção do ecossistema (Halffter & Matthews, 1966). Devido ao seu comportamento alimentar, os Scarabaeidae podem ser importantes inimigos naturais para o controle biológico de moscas parasitas dos rebanhos e têm grande eficiência na remoção de fezes da superfície das pastagens (Ridsdill-Smith, 1980), já que a alimentação e reprodução de grande parte das espécies envolve a alocação dos recursos alimentares para o interior de túneis escavados no solo, o que elimina o meio de reprodução das moscas hematófagas. Mais recentemente, também tem sido sugerida a sua utilização como organismos indicadores de biodiversidade em ecossistemas de florestas tropicais (Halffter & Favila, 1993).

Reconhecimento. É um grupo que compreende muitas espécies e são conspícuos pelo seu tamanho, cores brilhantes e ornamentações. Comprimento de 2,0 a 60,0 mm, corpo de forma variável, oval, quadrangular cilíndrico. Cor variável, com ou sem reflexos metálicos. Antenas com 10 artículos (alguns com 7 a 12), com os 3 a 5º. últimos formando a clava glabra (Melolonthinae, Dynastinae, Rutelinae e Cetoniinae) ou tomentosa (Aphodiinae e Scarabaeinae). Olhos parcialmente divididos pelo cantus. Clípeo com ou sem tubérculos ou projeções em chifre. Pernas com coxas transversas ou cônicas; protibia tridenteada, bidenteada ou serreada na margem externa com um esporão no ápice. Meso e metatíbia fina ou robusta, ápice com 1 ou 2 esporões. Tarsos 5-5-5. Tarso anterior ausente em alguns Scarabaeinae; garras variáveis, iguais ou não em tamanho, simples ou com dentes. Abdome com 6 esternitos.

Chaves de identificação.Vaz-de-Melo, 2000

Referências



Trogidae MacLeay, 1819

Início

Classificação. Trogidae (Scarabaeiformia: Scarabaeoidea) inclui as subfamílias †Avitortorinae Nikolajev, 2007; Troginae Macleay, 1819; e Omorginae Nikolajev, 2005.

Diversidade. Trogidae é uma família relativamente pequena, com cerca de 300 espécies no mundo distribuídas em cinco gêneros. Na região Neotropical, 48 espécies em cinco gêneros e, no Brasil, 10 espécies em 2 gêneros (Costa, 2000).

Biologia. Adultos e larvas podem ser encontradas nos restos secos de animais mortos (eles são geralmente entre os últimos da sucessão de insetos que invadem as carcaças) ou nos ninhos de aves e mamíferos, onde se alimentam de pelos, penas, pele e fezes. Trogidae é mais diversificada nas regiões temperadas e subtropicais, e as espécies são mais comuns em habitats mais secos. Muitas espécies são atraídas por luzes à noite. As histórias de vida de muitas espécies são pouco conhecidas por causa de associações especializadas com ninhos de aves e mamíferos. Muitos dados biológicos poderiam ser conseguidos através da coleta de tocas e ninhos. Quando perturbados, os adultos fingem morte e permanecem imóveis. Isto, em combinação com a aparência dada pelas protuberâncias na sua morfologia externa, lhes permite evitar potenciais predadores que visitam as carcaças. Os restos orgânicos e solo muitas vezes aderem à superfície destes besouros, portanto, a limpeza deles é necessária a fim de ver os caracteres importantes, tais como esculturas e cerdas. Os adultos estridulam, esfregando um plectro (localizado no penúltimo segmento abdominal) contra uma estrutura localizada na margem interna do élitro. As larvas que se alimentam da carcaça vivem em tocas verticais abaixo da carcaça. São encontrados nas fases de decomposição avançada e esqueletização, de acordo com Gennard (2007).

Reconhecimento. Comprimento 2,5-20,0 mm. Forma oblonga-oval, convexo. Cor marrom, cinza ou preto, muitas vezes com cerdas curtas da mesma cor, moderadamente densas. Superfície dorsal frequentemente com tubérculos. Cabeça defletida. Antenas com 10 artículos e clava de três artículos tomentosos; escapo robusto. Olhos com omatídios de tamanho variável, não divididos por cantus. Clípeo sem ornamentações. Labro truncado, não projetado além do ápice do clípeo. Mandíbulas com escova mandibular e prosteca projetada além do ápice do clípeo. Pronoto curto, largo, convexo; com sulcos, depressões ou tubérculos, com ou sem cerdas. Élitros convexos com estrias ou tubérculos. Pigídio coberto pelos élitros. Escutelo exposto. Pernas com coxas transversais, mesocoxas contíguas ou quase; protíbia mais ou menos fina, margem externa pouco dentada, ápice com um esporão, meso e metatíbia com 2 esporões apicais adjacentes; profêmur alargado ocultando parcialmente ou totalmente a cabeça quando defletida; meso e metafêmur não alargados; tarsos 5-5-5; garras iguais em tamanho, simples. Abdômen com 5 esternitos livres; 7 ou 8 espiráculos abdominais funcionais, situados na membrana pleural.

Chave. Há uma revisão da família na chave de Scholtz (1990).

Referências